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O Futuro do Trabalho: Principais Mensagens

Abr 10, 2019 | Notícias

Organizada pela Comissão Europeia, a conferência “O futuro do trabalho: Hoje. Amanhã. Para Todos” suscitou ontem, em Bruxelas um debate aberto sobre as principais mudanças que ocorrem no mundo do trabalho.

 

A conferência contou com cerca de 500 participantes, entre os quais ministros, representantes de instituições e agências da União Europeia, governos nacionais, parceiros sociais, sociedade civil, meios académicos e meios de comunicação, que exploraram formas de aproveitar melhor essas mudanças em benefício dos trabalhadores, das empresas, da sociedade e da economia.

 

As rápidas transformações em curso levaram a União Europeia a tomar medidas para assegurar que as políticas sociais e de emprego da Europa continuam a corresponder às realidades do mundo de hoje e de amanhã. Com a proclamação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, a UE definiu 20 princípios e direitos fundamentais para garantir mercados de trabalho e sistemas de proteção social justos e eficazes no século XXI. Atualmente, estão em curso trabalhos para garantir a sua aplicação na UE e nos Estados-Membros.

 

Conheça as principais dez mensagens que emergiram dos debates no âmbito da conferência

 

  1. O mundo está a mudar: a União Europeia, tal como o resto do mundo, está a ser transformada e, muitas vezes, posta em causa por megatendências como a digitalização, a globalização, a migração, as alterações climáticas e a evolução demográfica, designadamente o envelhecimento.
  2. O futuro do trabalho é AGORA: as mudanças no mercado de trabalho estão a acontecer agora e são irreversíveis. A título de exemplo, refira-se a automatização e os novos modelos empresariais, como a economia das plataformas, que são possibilitados pela tecnologia digital.
  3. A UE constitui um ponto de referência e apoio para fazer face a estes desafios: o Pilar Europeu dos Direitos Sociais é o quadro orientador para inspirar — de acordo com as competências existentes — uma nova legislação ou iniciativas políticas inovadoras a nível da UE, guiar reformas nos Estados-Membros através do Semestre Europeu e canalizar financiamento para fazer face as prioridades sociais mais urgentes.
  4. Temos de decidir como queremos configurar o futuro mundo do trabalho e como lá chegar: queremos o modelo social europeu salvaguardado e reforçado, mas este objetivo implica que sejamos capazes de responder aos novos desafios de um mundo globalizado e de tirar partido dos benefícios da inovação tecnológica. Para concretizar este propósito, há que definir um roteiro com ações concretas.
  5. Precisamos de uma economia digital inclusiva: as pessoas que perdem os seus empregos ou enfrentam transições profissionais precisam de apoios abrangentes, assentes na aquisição de novas competências ou de outras mais adequadas, no acesso a serviços de emprego, no apoio ao rendimento e em serviços sociais ao longo da sua carreira profissional. O impacto da transformação digital nos mercados de trabalho da UE tem sido analisado no âmbito de um grupo de alto nível específico, que apresentou propostas em preparação da conferência, em torno de três grandes temas: uma mão-de-obra especializada, novas relações laborais e um novo contrato social.
  6. Precisamos de financiamento adequado: para tal, será crucial aproveitar ao máximo o orçamento de longo prazo da UE para 2021-2027, incluindo o Fundo Social Europeu Mais destinado a financiar futuras políticas de competências e medidas de apoio às transições em curso no mercado de trabalho.
  7. Precisamos de políticas ativas do mercado de trabalho mais eficazes: políticas garantidas por administrações públicas de qualidade que prestem efetivamente os serviços de que os nossos cidadãos e as sociedades necessitam. Para tal, é necessário um maior envolvimento e uma colaboração mais estreita entre os serviços de emprego, as entidades responsáveis pela formação de competências, os serviços sociais e as empresas.
  8. Ninguém deve ser excluído: os benefícios económicos devem chegar a todos os europeus, inclusive aos que vivem em zonas desfavorecidas de uma grande metrópole ou numa zona rural remota. O êxito de qualquer política deve ser julgado à luz do seu impacto nas pessoas mais vulneráveis e na coesão do tecido social.
  9. É crucial reforçar condições equitativas de concorrência a nível mundial: a UE está bem colocada para intensificar a cooperação com outras organizações e parceiros, incluindo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para promover o trabalho digno e assegurar progressos na concretização dos compromissos assumidos internacionalmente.
  10. O futuro é a nossa responsabilidade conjunta: todos os níveis de governação (mundial, UE, nacional, regional/local) têm de trabalhar em conjunto com os parceiros sociais e a sociedade civil para satisfazer as expectativas dos cidadãos e dos trabalhadores da UE.

Fonte: CE/PE