A publicação da Comissão Europeia intitulada “A Educação Digital nas Escolas da Europa” abrange 43 sistemas educativos.
Neste estudo da Agência de Execução relativa à Educação, ao Audiovisual e à Cultura (EACEA, Análise das Políticas de Educação e de Juventude) são analisadas as duas dimensões da educação digital:
- O ensino e a aprendizagem das competências digitais;
- A utilização pedagógica das tecnologias digitais.
A primeira dimensão é explorada através de uma análise do currículo e procedimentos de avaliação para as competências digitais, enquanto a segunda dimensão se centra nas competências dos professores e na utilização das tecnologias para a avaliação em geral.
DigComp
O Quadro Europeu de Referência para a Competência Digital, também conhecido como DigComp, é usado como uma referência ao longo do Relatório Eurydice.
Descreve a competência digital em pormenor e divide em cinco áreas os conhecimentos, competências e atitudes necessárias a todos os cidadãos para viver numa sociedade digital em transformação acelerada, a saber:
1. Literacia de informação e de dados;
2. Comunicação e colaboração;
3. Criação de conteúdos digitais;
4. Segurança;
5. Resolução de problemas.
As tecnologias digitais vieram revolucionar a nossa sociedade e as crianças de hoje crescem e vivem num mundo onde estas tecnologias se tornaram omnipresentes
A quarta revolução industrial afeta todos os aspetos da vida, desde a saúde ao comércio, e desde as interações sociais ao modo como os indivíduos trabalham. Os sistemas educativos não são menos afetados, por um lado, porque a tecnologia pode produzir um impacto na forma como o ensino é ministrado, e por outro, porque a educação desempenha um papel ativo na preparação dos jovens para um mundo orientado para a tecnologia. Além disso, como comprovado pela investigação, crescer na idade digital não faz gerar automaticamente “nativos digitais”, naturalmente competentes e confiantes na utilização das tecnologias digitais. De facto, os estudos efetuados indicam que a utilização da tecnologia restringe-se, em grande medida, a atividades não escolares e recreativas, enquanto o envolvimento com as tecnologias para fins educativos nas escolas regista um atraso.
Os desafios que se colocam e os potenciais benefícios da educação digital nas escolas são multifacetados. Numa perspetiva do mercado de trabalho, há um défice de competências que deve ser colmatado, na medida em que um número crescente de empregos exige um elevado nível de proficiência na utilização das tecnologias e muitos empregos novos baseiam-se em competências digitais especializadas. Numa perspetiva social, o desafio que se coloca é o da inclusão: um hiato digital entre os que detêm poucas ou nenhumas competências digitais básicas, e os outros indivíduos que possuem competências mais elevadas pode alargar o fosso existente na sociedade e acentuar a exclusão de alguns segmentos da população. Do ponto de vista educativo, o desafio consiste não só em assegurar que os jovens desenvolvem as competências digitais necessárias, mas também em colher os benefícios da utilização pedagógica da tecnologia.
Principais Conclusões
As conclusões oferecem uma visão geral das áreas fundamentais abrangidas pelo estudo, incluindo o desenvolvimento da competência digital através dos currículos escolares, as competências digitais específicas do professor, a avaliação das competências digitais dos alunos e a utilização da tecnologia digital na avaliação e nos exames e, por último, as abordagens estratégicas à educação digital na Europa com uma referência concreta às políticas de apoio às escolas.
Consulte aqui o Relatório que pretende incentivar o intercâmbio de boas práticas e apoiar os decisores políticos no desenvolvimento de novas políticas e no planeamento de reformas.
Fonte: CE/INCoDe.2030/MC