A autonomia das mulheres é importante para o futuro da Europa.
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a Comissão Europeia divulga o relatório de 2018 sobre a igualdade entre homens e mulheres, bem como, o relatório sobre as mulheres e as tecnologias.
Relatório de 2018 sobre a igualdade entre homens e mulheres
Revela que, nalguns domínios, os progressos estagnaram: as mulheres continuam a assumir a maior parte das responsabilidades familiares, as disparidades salariais entre homens e mulheres estagnaram nos 16 % durante vários anos e a violência contra as mulheres continua a ser um problema.
O relatório revela igualmente que as mulheres continuam a enfrentar desafios em vários domínios:
- Embora tenham um nível de instrução superior ao dos homens (em 2016, 44 % das mulheres – contra 34 % dos homens – com idade compreendida entre os 30 e os 34 anos tinham um diploma universitário), as mulheres continuam a estar fortemente sub-representadas em cargos de chefia nas empresas e continuam a ganhar, em média, 16 % menos do que os homens em toda a UE.
- Na política, as mulheres estão igualmente sub-representadas. Em seis países (Grécia, Croácia, Chipre, Letónia, Hungria e Malta), as mulheres representam menos de 20 % dos deputados.
- Nos últimos anos, as disparidades salariais entre homens e mulheres estagnaram em cerca de 11 pontos percentuais. Não se registou uma recuperação digna de nota entre os Estados-Membros que obtiveram os melhores resultados e aqueles que obtiveram os piores resultados.
- Em média, 44 % dos europeus consideram que as mulheres devem cuidar da casa e da família. Num terço dos Estados-Membros da UE, esta percentagem atinge mesmo os 70 %.
- A violência continua a ser demasiado generalizada: Na Europa, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência física e/ou sexual após os 15 anos de idade. De igual modo, 55 % das mulheres na UE já foram vítimas de assédio sexual.
A autonomia das mulheres na era digital
O setor das tecnologias irá criar 500 000 novos postos de trabalho até 2020. Infelizmente, as mulheres europeias correm o risco de passar ao lado destas oportunidades, em detrimento da economia europeia. A participação das mulheres nos setores digital e das TIC não melhorou muito nos últimos anos. A Comissão publicou hoje um novo estudo sobre as mulheres na era digital que revela que o aumento do número de mulheres no setor digital poderia resultar num aumento anual do PIB de 16 mil milhões de euros na UE. No entanto, só 24,9 % das mulheres que frequentam o ensino superior obtêm um diploma em domínios relacionados com tecnologias. No que diz respeito ao empreendedorismo no setor das tecnologias, as empresas em fase de arranque detidas por mulheres têm mais probabilidades de êxito, mas apenas 14,8 % dos fundadores de empresas em fase de arranque são mulheres, revelou o estudo.
Para aumentar a participação das mulheres no setor digital, a Comissária Mariya Gabriel apresentou hoje nas suas grandes linhas planos destinados a promover modelos de comportamento no setor das tecnologias da informação, combater os estereótipos, promover o ensino e as competências digitais e defender o aumento do número de mulheres empresárias. A iniciativa em prol das mulheres no setor digital desenrolar-se-á ao longo de 2018 e 2019.
Igualdade de Género
O trabalho da Comissão Europeia em matéria de política de igualdade entre homens e mulheres tem por base o “Compromisso estratégico para a igualdade de género 2016-2019“, que se centra em cinco domínios prioritários:
- Aumentar a participação das mulheres no mercado laboral e a igualdade entre os géneros em termos de independência económica;
- Reduzir as disparidades de género nas remunerações, rendimentos e pensões e, assim, combater a pobreza entre as mulheres;
- Promover a igualdade entre homens e mulheres no processo de tomada de decisões;
- Combater a violência de género e defender e apoiar as vítimas;
- Promover a igualdade de género e os direitos das mulheres em todo o mundo.
A Comissão Europeia tem adotado medidas para suscitar a mudança. Apresentou uma proposta que visa melhorar o equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar das famílias que trabalham, um Plano de Ação para combater as disparidades salariais entre homens e mulheres e apelou a que seja posto termo à violência contra as mulheres através de ações de financiamento e de sensibilização.
Fonte: Rep. da CE em Portugal