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Prémio IN3+ da Imprensa Nacional-Casa da Moeda | O Futuro está na Inovação

Mar 30, 2021 | Notícias

A cerimónia de atribuição dos prémios vencedores da 3.ª edição do Prémio IN3+, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, decorreu ontem em Lisboa, e celebrou a cultura da Inovação.

 

O grande vencedor foi o projeto IDINA (Identidade Digital Inclusiva Não Autoritativa), uma ferramenta que poderá ter grande utilidade em zonas remotas de alguns países, que não têm as infraestruturas que permitam a creditação dos seus cidadãos, dando a autoridade necessária a instituições credíveis, como escolas, instituições de saúde, autoridades locais, e atestar o nascimento e a vivência de cidadãos a partir de eventos como a vacinação ou ingresso no ensino.

 

O segundo lugar foi atribuído ao projeto AICeBlock, que propõe o desenvolvimento de uma plataforma, sustentada em blockchain, que permite fomentar a confiança em aplicações de base em Inteligência Artificial através da sua certificação.

 

O projeto HIGHLIGHT, que ficou no terceiro lugar, foca-se na nanotecnologia com o desenvolvimento de uma tinta que permite manipular a luz, dando a possibilidade única de variação ótica visível ou invisível ao olho humano.

 

O primeiro lugar recebeu um prémio de 600 mil euros, o segundo 250 mil euros e o terceiro 150 mil euros, num total assim de um milhão de euros para o financiamento e apoio ao desenvolvimento das ideias apresentadas e implementação dos projetos.

 

Este momento de celebração da cultura de inovação, contou com as intervenções do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa e do Primeiro-Ministro, António Costa e ainda, com o testemunho dos vencedores das edições anteriores, Professora Elvira Fortunato e Professor José Barata.

 

Plano de Recuperação e Resiliência investe na Inovação

 

No Plano de Recuperação e Resiliência «vamos ter mais de mil milhões de euros investidos na colaboração entre a academia e as empresas» para «aproveitar o muito saber que já existe na academia» fazendo-o «encontrar-se com as instituições que podem transformar conhecimento em produtos ou serviços que cheguem ao mercado e tenham a devida valorização económica», disse o Primeiro-Ministro António Costa.

 

O Primeiro-Ministro referiu que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), «que estamos a concluir, investe na inovação como motor da recuperação» económica e social pós-pandemia. A inovação «irá ser financiada com mais de mil milhões de euros, entre o reforço dos projetos dos laboratórios colaborativos e as agendas mobilizadoras para a inovação».

 

E sublinhou que esta «é uma forma muito diferente da que temos usado até agora de usar os fundos», referindo que «os laboratórios colaborativos – felizmente ainda a semana passada foram criados mais 9  juntando-se aos 26 que já existiam – visam institucionalizar uma aliança» nas diversas áreas, entre «o saber dos centros de produção de conhecimento, com a capacidade de produção empresarial», criando um «verdadeiro ecossistema de inovação», e «uma fortíssima aposta nas agências mobilizadoras». 

 

Uma forma diferente de aplicar os fundos da União Europeia

 

«Está é uma forma diversa de procurar investir os fundos comunitários», diferente da existente até agora, em que os fundos para cada setor eram entregues aos projetos das instituições desse setor, disse.

 

António Costa afirmou que a nova lógica «é, pela primeira vez, o dinheiro ser entregue a alianças estabelecidas entre todos. O requisito prévio é a constituição desses consórcios. As autarquias têm instalações, terrenos, parques industriais; as universidades, politécnicos e centros de investigação produzem conhecimento; as empresas transformam esse conhecimento em valor que pode chegar ao mercado».

 

«O que procuramos com estas alianças e agendas mobilizadoras é concentrar em quatro, cinco, seis projetos, os recursos financeiros necessários para que possam ser game changers e que nestes seis anos do PRR possam contribuir para alterar o perfil económico do nosso País», disse.

 

Afirmando que o acesso aos fundos «vai ser muito concorrencial porque acreditamos que é dessa forma aberta, transparente, concorrencial, que poderemos identificar os melhores projetos, que possam ter o melhor futuro».

 

Aliás, «temos a certeza de que o nosso sistema científico desenvolveu já um número de patentes que estão maduras, à espera de encontrar o parceiro para um casamento reprodutivo. Precisamos mesmo que haja esse encontro entre o conhecimento consolidado e a capacidade de o transformar em valor», acrescentou.

 

O PRR também investe na inovação «formando recursos humanos qualificados, que são indispensáveis», disse, destacando «um programa muito específico, entre os Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que é o Impulso Jovem Steam, investimento na formação nas áreas das ciências, das tecnologias, das engenharias, das artes e das matemáticas».

 

«Juntamos os dois Ministérios, porque é um desfio que se começa a ganhar no pré-escolar», disse, acrescentando que «este programa tem de resolver o problema nacional em matéria de literacia matemática, que é uma base para toda a formação tecnológica».

 

O Futuro está na Inovação

 

O Primeiro-Ministro deu o exemplo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), «uma instituição com vários séculos, que viveu do monopólio da cunhagem da moeda, que viveu do monopólio da edição do Diário da República, e que se conseguiu libertar de todos esses vestígios que fazem hoje parte da arqueologia e transformar-se a partir da inovação».

 

«É hoje detentora de patentes, produz produtos inovadores, presta serviços inovadores, é uma empresa exportadora de produtos e de serviços, o que significa que é possível», disse. «Quero felicitar a INCM porque sei quanto à difícil às entidades mais ancestrais enfrentarem sem medo, com coragem, esse desafio da inovação», disse também.

 

António Costa sublinhou que «esta é uma grande lição para todas as empresas e a sociedade em geral. Em regra, não subsistimos limitando-nos a conservar; subsistimos se apostarmos na inovação. E é por isso que, quando olhamos para a futuro, num momento tão difícil como este, não nos podemos limitar a conservar o que temos, mas, pelo contrário, temos de olhar para exemplos como o da INCM, que replica o que foi feito na indústria agroalimentar, no têxtil, no calçado, em tudo o que já foi tido por obsoleto e hoje está na primeira linha da inovação. E compreender que é mesmo na inovação que está o nosso futuro».

 

 

Imagem Prémio INCM IN3+

 

 

Prémio IN3+ | O Futuro acontece quando as ideias se concretizam

 

«É este espírito que aqui se quer incentivar através da atribuição deste prémio», afirmou António Costa. 

 

Esta 3ª edição do prémio contou com 87 participações de mais de 30 entidades diferentes, entre universidades, centros de investigação, empresas e startups nacionais e, pela primeira vez, estrangeiras., tendo registado um aumento de 163% de candidaturas face à edição anterior.

 

Esta edição despertou ainda o interesse de 27 entidades que se juntaram à Rede de Inovação INCM, que conta neste momento com 52 parceiros. Esta rede tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de projetos de I&D e de novas soluções em diversas áreas de atuação da INCM. 

 

Mais informação disponível em https://premioin3mais.pt/

 

Fonte: Site da Iniciativa/Portal do Governo/MC