A Comissão Europeia lança amanhã o Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos, gerido pelo Centro Comum de Investigação, em resposta às preocupações dos consumidores com a qualidade dos alimentos e as práticas fraudulentas no domínio alimentar.
O lançamento do Centro de Conhecimento, integralmente financiado pela Comissão Europeia, marca a abertura de uma exposição intitulada “Pôr a ciência no centro da elaboração das políticas europeias”, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, que traça o trabalho e a história do Centro Comum de Investigação, desde a sua criação em 1957.
O Centro de Conhecimento, uma rede constituída por peritos internos e externos da Comissão, vai dar apoio aos responsáveis políticos da União Europeia e às autoridades nacionais, partilhando e facultando o acesso a conhecimentos científicos atualizados em matéria de fraude alimentar e de qualidade dos alimentos.
As preocupações com possíveis fraudes alimentares e com a qualidade dos alimentos minam a confiança dos consumidores e prejudicam toda a cadeia de abastecimento alimentar na Europa, desde os agricultores até aos retalhistas. Os casos recentes de fraude alimentar atingiram produtos como azeite, vinho, mel, peixe, produtos lácteos, carne e aves de capoeira. Além disso, os consumidores podem ser expostos a práticas comerciais desleais, em especial no que se refere aos produtos alimentares disponíveis nos diferentes mercados, com diferenças significativas na sua composição, mas com uma embalagem similar.
Atribuições do Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos
- Coordenar as atividades de fiscalização do mercado, por exemplo, em matéria de composição e propriedades organoléticas dos alimentos fornecidos com a mesma embalagem e marca em vários mercados da UE;
- Operar um sistema de alerta precoce e informação para a fraude alimentar, por exemplo, através do acompanhamento dos meios de comunicação social e da disponibilização destas informações ao público em geral;
- Fazer uma ligação entre os sistemas de informação dos Estados-Membros e da Comissão, por exemplo, entre bases de dados que descrevem a composição de determinados produtos agroalimentares de elevado valor, como o vinho ou o azeite;
- Gerar conhecimentos específicos a cada país, por exemplo, fazendo o levantamento das competências e infraestruturas laboratoriais nos Estados-Membros.
O Centro de Conhecimento sobre a Fraude Alimentar e a Qualidade dos Alimentos vai produzir boletins informativos, mapas interativos, bases de dados e relatórios periódicos, tornando essas informações acessíveis ao público. O tamanho dos diferentes grupos de peritos dependerá do tema a que se dedicam. O Centro de Conhecimento complementa a Rede de Combate à Fraude Alimentar da UE, proporcionando uma interface entre a ciência e a elaboração de políticas.
Fonte: Rep. da CE em Portugal