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Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade 2019

Jun 17, 2019 | Notícias

A Comissão Europeia publicou recentemente os resultados do Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade (IDES) de 2019, que monitoriza o desempenho digital global da Europa e acompanha o progresso dos países da União Europeia relativamente à sua competitividade digital.

 

Os países que fixaram objetivos ambiciosos em conformidade com a Estratégia para o Mercado Único Digital da UE e combinaram-nos com um investimento adaptado registaram um melhor desempenho num período de tempo relativamente curto. Esta é uma das principais conclusões do Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade (IDES) deste ano. No entanto, para que a UE permaneça competitiva a nível mundial, o facto de as maiores economias da UE não serem pioneiras digitais indica que a velocidade da transformação digital tem de acelerar.

 

Os valores do IDES ao longo dos últimos cinco anos mostram que o investimento direcionado e políticas digitais sólidas podem ter um impacto significativo no desempenho de cada país. É o caso, por exemplo, de Espanha, na implantação da banda larga ultrarrápida; de Chipre, no que diz respeito à conectividade em banda larga; da Irlanda na digitalização das empresas e da Letónia e da Lituânia nos serviços públicos digitais.

 

A conectividade melhorou mas continua a ser insuficiente para fazer face às crescentes necessidades 

Os indicadores do IDES mostram que está a aumentar a procura de banda larga rápida e ultrarrápida, prevendo-se que continue a aumentar nos próximos anos, tendo em conta a crescente sofisticação dos serviços Internet e das necessidades das empresas. A conectividade ultrarrápida – pelo menos 100 Mbps – é utilizada por 60 % das famílias e o número de assinaturas de banda larga está a aumentar rapidamente. 20 % das famílias utilizam a banda larga ultrarrápida, um número que é quatro vezes mais elevado do que em 2014.

 

A UE acordou uma reforma da regulamentação europeia no domínio das telecomunicações para fazer face às crescentes necessidades de conectividade dos europeus e fomentar os investimentos. A Suécia e Portugal têm a maior adesão à banda larga ultrarrápida, e a Finlândia e a Itália são as mais avançadas em relação à atribuição do espetro 5G.

 

Mais de um terço da mão-de-obra ativa europeia não possui competências digitais básicas, embora a maioria dos empregos exija, pelo menos, competências digitais básicas; apenas 31 % possuem competências avançadas de utilização da Internet. Ao mesmo tempo, verifica-se um aumento da procura de competências digitais avançadas em toda a economia, com o emprego de especialistas em tecnologias da informação e comunicação (TIC) a registar na UE um aumento de 2 milhões nos últimos cinco anos. A Finlândia, a Suécia, o Luxemburgo e a Estónia são os líderes nesta dimensão do índice.

 

83 % dos europeus navegam na Internet pelo menos uma vez por semana (contra 75 % em 2014). Por outro lado, apenas 11 % da população da UE nunca esteve em linha (contra 18 % em 2014).

 

A utilização de videochamadas e de vídeos a pedido, disponíveis em vários programas informáticos e aplicações para telemóveis inteligentes, registou o maior aumento. Para melhor proteger a confiança no ambiente em linha, entraram em vigor regras da UE sobre a proteção de dados em 25 de maio de 2018.

 

As empresas estão cada vez mais digitais, mas o comércio eletrónico está a crescer lentamente. De um modo geral, os países com melhor desempenho neste domínio são a Irlanda, os Países Baixos, a Bélgica e a Dinamarca, enquanto a Hungria, a Roménia, a Bulgária e a Polónia têm de recuperar o atraso.

Um número crescente de empresas utiliza os serviços de computação em nuvem (18 % em comparação com 11 % em 2014) e as redes sociais para contactar os seus clientes e outras partes interessadas (21 % contra 15 % em 2013).

 

Contudo, o número de PME que vendem os seus bens e serviços em linha estagnou nos últimos anos, nos 17 %.

 

Para estimular o comércio eletrónico na UE, a UE acordou uma série de medidas, que vão desde uma maior transparência nas tarifas das entregas até uma simplificação do IVA e das regras aplicáveis aos contratos digitais. Desde 3 de dezembro de 2018, consumidores e empresas podem encontrar as melhores oportunidades de negócio em linha em toda a UE sem serem discriminados em razão da sua nacionalidade ou local de residência.

 

Nos serviços públicos digitais, para os quais existe regulamentação da UE em vigor, verifica-se uma tendência de convergência entre os Estados-Membros no período 2014-2019.

64 % dos utilizadores da Internet que apresentam formulários às respetivas administrações públicas utilizam atualmente canais em linha (contra 57 % em 2014), o que mostra a conveniência dos procedimentos em linha em detrimento da burocracia.

 

Em abril de 2018, a Comissão adotou uma série de iniciativas sobre a reutilização das informações do setor público e sobre a saúde em linha, que deverão permitir melhorar consideravelmente os serviços públicos transfronteiriços na UE.

Relativamente à utilização de serviços públicos digitais, incluindo a saúde em linha e a administração pública em linha, a Finlândia e a Estónia obtiveram a classificação mais elevada do índice.

 

Imagem CE - Mulheres e o Digital

 

O Painel das Mulheres, também recentemente publicado, revela que os países da UE mais competitivos em termos digitais são também líderes na participação das mulheres na economia digital.

 

A Finlândia, a Suécia, o Luxemburgo e a Dinamarca apresentam os melhores resultados no que diz respeito à participação das mulheres na economia digital. As disparidades entre homens e mulheres, no entanto, persistem a nível da UE nos domínios da utilização da Internet, das competências digitais, das competências especializadas nas TIC e do emprego, com as maiores desigualdades neste último: apenas 17 % dos especialistas em TIC são mulheres e estas auferem ainda 19 % menos do que os homens. Além disso, apenas 34 % dos diplomados “STEM” (ciências, tecnologia, engenharia e matemática) são mulheres, um valor que é necessário aumentar nos próximos anos. 

Fonte: CE/MC