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Jovens Ciganos/as em destaque na newsletter do OBCIG

Ago 13, 2018 | Notícias

“Os Jovens Ciganos/as no Ensino Secundário” é o tema central da edição de julho da newsletter do Observatório das Comunidades Ciganas (OBCIG).

 

Em destaque neste número de julho:

 

  • Editorial a incidir na apresentação e reflexão globais dos dados publicados pelo Ministério da Educação relativos às crianças e jovens ciganos que frequentam a escola pública em Portugal;

 

  • Artigo sobre “Abordagens para a inclusão digital de pessoas em situação de vulnerabilidade”, da Coordenadora do Eixo Inclusão do INCoDe.2030, Sofia Marques da Silva;

 

  • Vozes Ciganas no Ensino Secundário”, vídeos com testemunhos de jovens ciganos/as a frequentar o ensino secundário, as suas perceções sobre a escola, as suas expetativas de futuro e perceção da realidade social. Numa perspetiva inédita, a sua voz faz-se ouvir com sentido crítico, com consciência da existência de desigualdades sociais, com o desejo de contribuir para uma mudança social positiva. Jovens que se questionam, partilham receios, mas lutam por uma vida e uma sociedade melhores.

 

 

Do Editorial de Maria José Casa-Nova, Coordenadora do OBCIG salienta-se:

 

“Os dados recolhidos evidenciam que 60% das crianças ciganas que entraram para o 1.º ciclo do ensino básico no ano letivo de 2016/17 tinham frequentado a educação pré-escolar, uma evidência que vem contrariar a ideia de senso comum de que as crianças ciganas não frequentam o jardim-de-infância.

 

Sabendo as aprendizagens que são realizadas ao nível da educação pré-escolar e o desenvolvimento cognitivo que aquela educação potencia, esta frequência parece revelar-se fundamental para um percurso escolar bem-sucedido.

 

Por outro lado, apesar do número de jovens a frequentar o ensino secundário ser reduzido (256 jovens), importa salientar a existência de quase tantas raparigas como rapazes neste nível de ensino (46% de raparigas para 54% de rapazes), o que vem evidenciar que, apesar dos rapazes não terem os mesmos constrangimentos socioculturais de continuidade do percurso escolar e esses constrangimentos existirem para as raparigas, nestes dados relativos à frequência do ensino secundário esses constrangimentos não serem visibilizados, o que significa que a realidade está em processo de mudança positiva, em concordância com o facto de as raparigas ciganas serem aquelas que revelam maior vontade de continuidade escolar por comparação com os rapazes.

 

É ainda de relevar a existência de distritos onde as taxas de sucesso são elevadas, como é o caso do distrito de Coimbra, que apresenta o maior número de alunos/as ciganos/as no ensino secundário (65) e a taxa de sucesso mais elevada para este nível de ensino (94,2%)”.

Fonte: ACM/OBCIG