Foram selecionados oito sítios de supercomputação em toda a União Europeia para acolher os primeiros supercomputadores europeus, entre os quais o Minho.
Estes vão apoiar os investigadores, a indústria e as empresas da Europa no desenvolvimento de novas aplicações numa vasta gama de domínios, desde a conceção de medicamentos e novos materiais até à luta contra as alterações climáticas.
Dando um passo importante no sentido de tornar a Europa uma região de supercomputação mundial de alto nível, a Empresa Comum Europeia para a Computação de Alto Desempenho (EuroHPC) selecionou oito sítios para centros de supercomputação localizados em oito Estados-Membros com vista a acolher os novos computadores de alto desempenho.
Os sítios de acolhimento situar-se-ão em Sófia (Bulgária), Ostrava (República Checa), Kajaani (Finlândia), Bolonha (Itália), Bissen (Luxemburgo), Minho (Portugal), Maribor (Eslovénia) e Barcelona (Espanha).
Apoiarão o desenvolvimento de aplicações importantes em domínios como a medicina personalizada, a conceção de medicamentos e materiais, a bioengenharia, a previsão meteorológica e as alterações climáticas. No total, 19 dos 28 países que participam na Empresa Comum farão parte dos consórcios que gerem os centros. Em conjunto com os fundos da UE, tal representa um orçamento total de 840 milhões de euros. As modalidades de financiamento dos novos supercomputadores serão estabelecidas em convenções de acolhimento que serão assinadas em breve.
Sessão em Lisboa, 12 de junho
Em Portugal, vai realizar-se amanhã, uma sessão de apresentação e discussão da estratégia nacional de computação avançada e a sua articulação no contexto europeu, com a presença de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Khalil Rouhana, Diretor-Geral Adjunto da Direção Geral das Redes de Comunicação, Conteúdos e Tecnologias “DG Connect” da Comissão Europeia, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
Durante a sessão será apresentado o processo de arranque do Minho advanced Computing Centre – MACC e do primeiro supercomputador em Portugal, assim como das perspetivas de desenvolvimento da iniciativa Europeia EuroHPC.
Mais sobre supercomputação
No mundo de hoje, as capacidades de computação de alto desempenho são cruciais não só para gerar crescimento e emprego, como também para a autonomia estratégica e a inovação em qualquer domínio. A gama de utilizações da supercomputação é vasta. Pode, por exemplo, prever a evolução dos padrões meteorológicos locais e regionais e prever a dimensão e as trajetórias das tempestades e inundações, permitindo ativar sistemas de alerta precoce em caso de fenómenos meteorológicos extremos. É também utilizada na conceção de novos medicamentos, resolvendo equações complexas no domínio da física para modelização dos processos moleculares e das interações de um novo medicamento com os tecidos humanos. As indústrias nos setores automóvel e da aeronáutica utilizam também a supercomputação para realizar simulações complexas e proceder a ensaios sobre componentes individuais e veículos e aeronaves completos. Além disso, uma vez que são vitais para a realização de simulações em larga escala e para a analítica de dados, os supercomputadores são uma componente extremamente importante para o desenvolvimento da inteligência artificial e para o reforço dos pontos fortes da Europa no domínio da cibersegurança e das cadeias de blocos.
Fonte: Rep. da CE em Portugal