Foi publicado o mais recente relatório sobre a opinião pública em Portugal relativamente à União Europeia.
Extraído do Eurobarómetro n.º 90 (trabalhos de campo realizados entre os dias 8 e 19 de novembro de 2018), a análise dos dados recolhidos permite constatar um desanuviamento das preocupações económicas que marcaram a opinião pública portuguesa na última década.
A situação económica portuguesa e o desemprego são referidos por menos inquiridos que no passado, sendo atualmente o aumento dos preços/inflação/custo de vida e as áreas da saúde e segurança social as principais preocupações dos portugueses.
Cerca de um em cada três portugueses avalia a situação económica do país de forma positiva e três em cada cinco está satisfeito com a situação financeira da família.
Em termos comparativos, Portugal está entre os países em que estas avaliações positivas são menos expressivas, embora se destaque das restantes democracias do Sul da Europa e dos padrões extremamente pessimistas identificados em anos recentes.
Em termos de expectativas futuras sobre a economia do país ou a situação financeira familiar, a maioria dos portugueses não antecipa grandes alterações ao status quo.
Quanto à esfera política, e depois de uma tendência de crescimento que parece ter atingido o seu pico na primavera de 2018, há a reportar uma quebra quer na confiança nos partidos políticos, no governo e no parlamento, quer na satisfação com a democracia.
No que diz respeito às atitudes dos portugueses em relação à Europa, o sentimento de cidadania europeia continua a ser prevalecente, e as percentagens de portugueses que confiam na União Europeia e acham que a sua imagem é positiva ultrapassam os 50 %.
A maioria dos portugueses rejeita a ideia de que o país poderia enfrentar melhor o futuro fora da União Europeia e está otimista em relação ao seu futuro.
A televisão destaca-se como o media de eleição para os portugueses – é a fonte mais frequentemente citada de informação sobre política nacional e sobre a União Europeia (retratada em quantidade suficiente para a maioria dos inquiridos), e, a par da rádio, o meio que merece mais confiança.
Os media são vistos como plurais e metade dos portugueses não considera que existem pressões comerciais ou políticas, embora as opiniões se dividam no que respeita ao serviço público.
Os cidadãos nacionais destacam-se da generalidade dos europeus por estarem menos conscientes da exposição a notícias falsas, menos preparados para identificá-las e menos preocupados com este fenómeno.
Fonte: CE